Espiritismo, Verdade e Vida

    “A verdade é comparável às gotas de chuva que oscilam suspensas na
    extremidade de um ramo. Enquanto ali ficam pairando, brilham como
    puros diamantes ao esplendor da luz do Sol. Desde, porém, que tocam
    o chão, confundem-se com todas as impurezas. Do mesmo modo, tudo
    o que nos chega do Alto corrompe-se ao contato com a terra. Até
    mesmo ao seio dos templos levou o homem suas concupiscências,
    suas misérias morais. Assim é que em cada religião o erro, este
    apanágio da Terra, mistura-se com a Verdade, esta bênção dos Céus.” [1]

         Entrei em contato com a Doutrina Espírita quando ainda jovem, em situação muito especial que já tive oportunidade de narrar em outra publicação.[2] Desde então, o conhecimento adquirido do estudo e da prática da Doutrina vêm norteando minha existência e, em grande parte, as daquelas pessoas que escolheram comigo compartilhar suas próprias jornadas nesta breve passagem pelo nosso amado Planeta.
         Ao longo destes anos, sempre procurei ver a Doutrina Espírita em seus três aspectos, sem atribuir a qualquer deles a preponderância sobre os outros dois. Essa foi a lição a nós transmitida por Allan Kardec[3], sob a orientação da Falange presidida pelo Espírito de Verdade, lição essa que continua mais atual do que nunca.
         O aspecto científico nos orienta a manter a mente e o coração abertos para questionamentos e opiniões divergentes das nossas, de modo a entendermos, de forma progressiva e de acordo com o nosso estágio evolutivo, os mecanismos a que os fenômenos obedecem. Na medida em que compreendemos esses mecanismos, vamos também desenvolvendo instrumentos para controlá-los, desde que para isso estejamos intelectual e moralmente preparados.
         Já o aspecto filosófico permite-nos o aprofundamento do raciocínio na busca das razões pelas quais os fenômenos ocorrem em determinadas circunstâncias de tempo, lugar, natureza e intensidade. Vemos que o aspecto filosófico avança um degrau na caminhada em busca do entendimento pleno da nossa Doutrina, analisando as causas dos fenômenos, buscando sempre situá-los no contexto histórico do grupo social em que eles ocorrem.
         Por último, o aspecto religioso, que serve certamente como o coroamento de um processo até aqui preponderantemente intelectual, nos induz a questionar sobre as finalidades dos fenômenos, sobre os reais objetivos que têm em mente os seres que orientadores de sua realização em determinados momentos e lugares, com a intensidade e a clareza que os têm caracterizado até aqui. Notemos que esse aspecto avança outro degrau na direção da complexidade do tema, indo além do “como?” e do “por quê?” para ingressar no campo do “para quê?”, uma questão de natureza transcendente e muito mais difícil de ser respondida.
         O que às vezes nos passa despercebido é que o primeiro e o segundo aspectos são as bases para a compreensão e incorporação do terceiro aspecto em nossas vidas. Notemos que, na sequência da edição dos volumes da  codificação Kardequiana, foi publicado primeiramente O Livro dos Espíritos, em abril de 1857, trazendo as bases filosóficas da Doutrina. A seguir, em janeiro de 1861, O Livro dos Médiuns veio nos trazer as bases científicas e detalhar métodos e procedimentos utilizados na obtenção das comunicações e manifestações dos espíritos  desencarnados. Somente em abril de 1864 foi publicado O Evangelho Segundo o Espiritismo, estabelecendo o corpo doutrinário de cunho religioso e consolidando o Espiritismo como sendo de fato a Terceira Revelação no contexto do Cristianismo.
         O Pentateuco Kardequiano seria completado com a publicação, em agosto de 1865, de O Céu e o Inferno, o livro que trata das esperanças e das consolações, e, finalmente, com a publicação, em janeiro de 1868, de A Gênese, o livro que trata das causas primeiras de todas as coisas.
         Obviamente, não se está aqui querendo dizer que os estudos doutrinários devam seguir rigorosamente essa sequência. É interessante também observar que O Livro dos Espíritos, o primeiro da série, é estruturado em quatro partes, cada uma das quais seria abordada em detalhes nos volumes seguintes. Assim é que a primeira parte está detalhada em A Gênese; a segunda parte, em O Livro dos Médiuns; a terceira parte, em O Evangelho Segundo o Espiritismo; e a quarta parte encontra-se aprofundada em O Céu e o Inferno.
         A Codificação Kardequiana é magnífica construção do pensamento coletivo de uma plêiade de espíritos de luz que decidiram se expressar através de uma equipe diversificada de médiuns distribuídos em diversas localidades da Europa. Essa copiosa produção foi na sequência organizada e revisada pelo Codificador Allan Kardec e seus laboriosos companheiros de jornada, num trabalho cujo nível de dificuldade é hoje muito difícil de avaliar. Ao lê-la, hoje, constatamos com surpresa a necessidade de pouquíssimos ajustes para o perfeito entendimento daquilo que foi escrito e publicado há mais de um século e meio, época em que a ciência, como atualmente a conhecemos, dava seus primeiros passos.
         Junto-me neste momento àqueles que, como eu, tiveram o privilégio de entrar em contato com a Doutrina Espírita muito cedo e adotá-la como um referencial de pensamento e conduta ética para prestar nosso preito de gratidão ao professor Allan Kardec, ao Espírito de Verdade e à sua poderosa Falange que, atendendo ao chamado do Mestre Jesus, trouxeram a público a Terceira Revelação.
         As palavras inspiradas aos médiuns e que vieram a materializar-se nas incontáveis edições das obras do Pentateuco Espírita são como as gotas de chuva a que alude Léon Denis, o Apóstolo do Espiritismo, na citação que emoldura estas breves considerações. É preciso zelar para que essas joias luminosas não sejam contaminadas pelas mazelas e pelas quizílias da vida em sociedade, preservando nossa amada Doutrina e evitando que ela seja arrastada em discussões estéreis que nada têm a ver com o espírito do Cristianismo Redivivo. Que ela continue a pairar, cintilante, sobre os horizontes de nossas vidas, trazendo-nos a certeza de que a verdadeira felicidade só se encontra na prática do Bem e da Caridade.
         Ao encerrarmos esta breve revisão de alguns aspectos que caracterizam a nossa Doutrina Espírita, cabe ressaltar ainda uma vez a importância de que os três aspectos a ela inerentes sejam estudados e compreendidos de forma conjunta e abrangente. Só assim estaremos no caminho da fé raciocinada e por isso mesmo inabalável – pois “fé inabalável só o é aquela capaz de encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.”[3]

    O autor é General de Exército na Reserva[*]

    Notas:

    1. Léon Denis, em seu livro “Depois da Morte”
    2. https://sobrecoisaseloisas.blogspot.com/2022/01/como-me-tornei-espirita-breve-historia.html
    3. Pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon, França, 3 de outubro de 1804 — Paris, 31 de
      março de 1869), educador, autor e tradutor francês que se notabilizou como o codificador do Espiritismo.
    4. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap XIX, Nr 7.

     

    por Décio Luís Schons Cruzado 5418

     

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    PARÁBOLA DO SEMEADOR

    “O semeador saiu a semear a sua semente”

         A Parábola do Semeador aparece no texto de três evangelistas: Mateus (Mt 13:1 a 23), Marcos (Mc 4:1 a 9) e Lucas (Lc 8:4 a 8).
         Esta parábola foi a primeira apresentada por Jesus e uma das três explicadas pelo Mestre.
         Se por um lado, o tema apresentado se relacionava com a vida cotidiana dos seguidores, porque usava a realidade de um povo envolvido na cultura agrária, pastoril e pesqueira, por outro lado, apresentava um contexto que promovia o despertar da verdadeira realidade, coerente com a compreensão espiritual de cada um.
         Pelo lado material, criou-se uma identidade com a mensagem que Jesus quis transmitir, mas o seu conteúdo moral extrapola o tempo material e torna-se cada vez mais didática, no contexto espiritual.
         Na Parábola do Semeador, encontramos, basicamente, três componentes: a semente, o semeador e o solo.

    A semente

         Para Mateus, a semente representa a “Palavra do Reino” (Mt 13:19), e para Lucas significa a “Palavra de Deus” (Lc 8:11).
         Ela é invariável em toda a parábola e não interfere no resultado, porque ela é única. Se a semente lançada fosse diferente, não estaria representando a “Palavra do Reino” ou a “Palavra de Deus”, ou o semeador estaria sendo incoerente, lançando diferentes tipos de sementes, beneficiando, assim, a uns e não a outros.

    O Semeador

    Com relação ao semeador, Jesus não explicita que ele é o semeador exclusivo, mas esclarece que aquele que divulga a “Palavra” é o semeador.
         Claro que Jesus é o nosso semeador maior, mas muitos espíritos que já estiveram entre nós e alguns que ainda estão, também podem ser considerados semeadores.
         Sendo o semeador aquele que semeia a “Palavra”, subentende-se que ele possui uma ascensão espiritual que lhe dá credenciais morais para semear.
         Adiciona-se ao entendimento a sentença: “saiu a semear”. Ou seja, é necessário agir, ir ao encontro do outro a fim de disseminar a semente.
         Exatamente o que fez Jesus: semear é uma ação em busca do próximo, a fim de apresentar-lhe a semente.

    O solo

         Nas palavras de Huberto Rohden, “o terreno não é o chão material e sim o terreno da alma humana”.
         Esse componente é complexo e variável ao longo de uma vida e no desenrolar das inúmeras encarnações.
         Em um primeiro momento, lança-se a semente no solo à beira do caminho, que é roubada pelos pássaros. Esse terreno duro e compacto representa a alma ainda não consciente das realidades espirituais. Sem condições de internalizar os ensinamentos, a “Palavra” (semente) fica exposta e por isso os pássaros a roubam, ou seja, os pássaros representam situações diversas, de ordem material, que distraem a alma humana.
         Em um segundo momento, o solo apresentado é pedregoso e está relacionado à fragilidade das raízes formadas, não impedindo que o sol – simbolizando os momentos de angústia, expiação ou provação – queimasse a planta.
    A raiz deveria sustentar e fortalecer a planta, independentemente do sol, da chuva ou do vento, mas isso não ocorreu.       Então, o problema não foi o sol, mas sim a debilidade das raízes. Ou seja, a superficialidade da crença espiritual prejudica a compreensão a respeito da verdadeira “Vida”. A formação da raiz exige tempo, paciência e dedicação.
         Em um terceiro momento, o solo com espinhos indica aquele indivíduo que acredita na verdade espiritual, a ponto de se autodenominar religioso, mas que relega a planos secundários a sua prática, pois os interesses do mundo falam mais alto, ainda que exista, no íntimo, a compreensão da mensagem do Mestre. A semente germina, mas a planta se vê sufocada pelas ambições relacionadas ao mundo material. A despeito do entendimento intelectual, o esforço moral de vivenciar a “Palavra” se revela frágil.
         E, finalmente, a semente que caiu em solo fértil revela aqueles que ouvem, compreendem e praticam a “Palavra de Deus”, semeando por onde passam.
    Mas o semeador, com sua experiência, não teria condições de avaliar que perderia boa parte das sementes em virtude do solo onde semeava?
         Não seria mais prático para Jesus lançar as sementes somente em solos férteis?
         O Mestre não escolheu os solos. Distribuiu a palavra para ricos, pobres, moços, velhos, fariseus, publicanos, pescadores, homens, mulheres, sadios, doentes, ou seja, uma imensa diversidade de pessoas.
         Não era de se esperar que as sementes frutificassem ao mesmo tempo.
         Novamente, para Huberto Rohden, “trata do terreno imprevisível do livre-arbítrio humano, onde nenhum semeador pode saber o resultado”, mas pode-se ter a esperança de que um dia frutificará.
         O que vale é a satisfação de colaborar com a semeadura e participar do Reino de Deus.
    Enfim, sair a semear…

    Wesley Vannuchi

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    Mensagem Natalina

         Quando Jesus, o embaixador divino, chegou para conviver diretamente com os homens, encontrou o mundo pacificado pelas legiões de César, que se distribuíam por todo o vasto Império Romano. Por isso, o Mestre, seus familiares e depois seus primeiros seguidores jamais defrontaram a insegurança e as agruras que caracterizam as situações de guerra, contando sempre com a paz social indispensável à divulgação da Boa Nova.

         Que a evocação do Natal possa fortalecer em nós a consciência de nossos deveres ante as Leis Divinas sintetizados na recomendação do Mestre: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

         Aos membros da CME desejamos um Natal de paz e um Ano Novo pleno de realizações no bem.

    Danilo Villela – Presidente da CME

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    A felicidade não é deste mundo

    “Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas as posições sociais”.

    O texto acima, destacado do capítulo V – Bem-aventurados os aflitos da obra “O Evangelho segundo o Espiritismo”, nos alerta a respeito da dificuldade que todos enfrentam na busca da felicidade neste mundo.

    Para nós espíritas é certo que não podermos encontrar a tão almejada felicidade nos bens materiais, que egoisticamente julgamos possuir, muito menos na posição social e no poder, que nos aprisionam nas ilusões da vaidade e do orgulho.

    Como considerar, então, o tema “ser feliz, no mundo”, segundo a Doutrina Espírita?

    Na questão 920 de “O Livro dos Espíritos” Kardec pergunta aos benfeitores espirituais se “pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?”. Na resposta apresentada encontramos orientação segura para nossa reflexão: “não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.

    Felicidade completa? Não.

    Felicidade possível? Sim.

    A busca pela felicidade está presente no cotidiano das lutas terrenas do Espírito Imortal, conforme se pode verificar no texto publicado na revista “Mundo Espírita”, da Federação Espírita do Paraná:

    – “O desejo de ser feliz é inerente à criatura humana e o Espiritismo auxilia nessa busca, na concretização desse objetivo, porque suas diretrizes morais permitirão a exata compreensão do que é a verdadeira felicidade e quais são os meios eficazes de atingirmos esse estado da alma.”

    E qual diretriz devemos seguir para alcançarmos a verdadeira “Felicidade”?

    A obra “Céu e Inferno” esclarece que diretriz devemos seguir para alcançarmos a verdadeira “Felicidade”: “a completa felicidade prende-se à perfeição, isto é, à purificação completa do Espírito”.

    Nesse sentido, como a Doutrina Espírita pode nos ajudar?

    A Doutrina Espírita, ciência-filosofia-religião, nos oferece ensinamentos, com base na Mensagem transformadora do Evangelho de Jesus, para realizarmos, aqui e agora, a nossa reforma íntima e para sermos felizes neste mundo.

    Jesus, guia e modelo da humanidade nos convida a “viver no mundo, sem ser do mundo”.

    Encerramos, sem a pretensão de termos esgotado o tema, com o pensamento de Richard Simonetti, na obra “Uma razão para viver”: “A felicidade não é uma estação, na viagem da existência; é uma maneira de viajar”.

    Viva com Amor e Paz e seja feliz!

    Paz em Cristo!

    Moacir Wilson de Sá Ferreira (Cruzado 7910)

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    A Proclamação da República do Brasil e a Doutrina Espírita

    Comemora-se, neste dia 15 de novembro, a Proclamação da República do Brasil, ocorrida em 1889, quando um movimento político-militar instaurou no País a república federativa presidencialista, em substituição ao modelo de monarquia constitucional parlamentarista mantido pelo Império do Brasil, que tinha como seu monarca D. Pedro II.

    A queda do Império e a instauração da República ocorreram em decorrência de diversos fatores. Nesta nossa reflexão, destacamos o episódio histórico conhecido como “A Questão Religiosa” e a contribuição  da Doutrina Espírita neste marco da história do Brasil.

    Cabe considerar que a Maçonaria ampliou de forma significativa, por volta de 1870 e nos anos subsequentes, sua influência e ação nos segmentos militar e acadêmico da sociedade brasileira. A defesa de novos valores morais e sociais, dentre os quais a tolerância religiosa e a abolição da escravidão, se intensificou com a atuação de destacados maçons.

    Naquele momento importante da nossa história, as ideias e o ideal  espírita aportaram no “Coração do Mundo” e na “Pátria do Evangelho”, fortalecendo as aspirações nacionais de liberdade, de justiça e de tolerância religiosa.

    Lamentavelmente, a historiografia não relata a influência e o papel da Doutrina Espírita nos movimentos abolicionistas e republicanos. Ela ignorou, de certa forma, o fato de que as ideias e o ideal  espírita proporcionaram aos abolicionistas e aos republicanos motivação, além de uma sólida contribuição filosófica e religiosa para o fortalecimento da causa.

    A historiadora Mary Del Priore elucida que “se a sociedade da segunda metade do século XIX se queria racional e embalada pelo sonho do progresso em todos os domínios, o sentido do maravilhoso e do sobrenatural continuava, porém, a latejar. No Brasil, mais ainda (…) Os efeitos da ciência moderna estariam em união com a experiência religiosa” (Do Outro Lado: A História do Sobrenatural e do Espiritismo).

    Não se pode, portanto, desconsiderar a importante contribuição da Doutrina Espírita no processo de transição política e social, ocorrido naquele final de século XIX, nas terras do Cruzeiro.

    Dentre os espíritas presentes no movimento de proclamação da República, a historiadora cita os insignes brasileiros: Quintino Bocaiúva, ministro do Governo Provisório Republicano; Ewerton Quadros, fundador da Federação Espírita Brasileira; Saldanha Marinho, influente advogado, político e grão-mestre maçom; e o Dr. Bezerra de Menezes.

    Irmãos Cruzados, a Doutrina Espírita constituiu, naquele momento da nossa história, e constitui, nos dias atuais, Luz para a Nação brasileira e Esperança para o povo brasileiro.

    Nesta data, cada um de nós, brasileiros e espíritas, devemos renovar nossa Fé nos sagrados destinos do Brasil, guardião da “Árvore do Evangelho – Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, e no nosso compromisso inadiável com Jesus e Sua Mensagem de Paz e de Amor.

    Sigamos servindo “Com Cristo, pela Pátria, para Deus”.

    Moacir Wilson de Sá Ferreira

    Cruzado 7910

    Fonte: espiritismoemmovimento.blogspot.com

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    Duas realidades

                Nesse tempo de transição, ressalta-se a presença de duas realidades distintas nas profundezas do inconsciente do ser humano: – a realidade divina e a realidade humana.

                 A primeira diz respeito a sua origem transcendental, por criação de Deus, composto de potências latentes, orientadas por atração – o tropismo divino – e prontas a atuar para seguir o caminho da redenção. Trata-se do “eu profundo”, do “eu cósmico”, da centelha divina que confirma a essência do ser humano e o leva, inevitavelmente, ao fatalismo da plenitude. “Vós sois Deuses”.

                A segunda considera arquivos de experiências passadas, com heranças atávicas, presentes na vida atual, algumas representadas por impulsos que afloram em ação repentina, de difícil desengajamento do comportamento pessoal.

                Uma representa a força diretora permanente, com objetivo definido de iluminação. A outra, passageira, impõe ilusões perturbadoras que dificultam a marcha ascensional.

                O mergulho no inconsciente e a criação do hábito da interiorização, como condição de melhor conhecer essas duas realidades, possibilitam ao indivíduo identificar e responder o que fazer, quando e como proceder diante de tão complexo momento de mudança em nosso planeta.

    por José Lucas de Silva Cruzado 6294

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    Ética Militar Espírita

    A profissão militar é detentora de uma ética própria, baseada em quatro pilares tradicionais: o Sentimento do Dever, a Honra Pessoal, o Pundonor Militar e o Decoro da Classe. Esses pilares, bem como os atributos a eles orgânicos, encontram-se em concordância com aquilo que Alfred de Vigny explicitou tão bem em seu livro “Servidão e Grandeza Militares”, com todos os paradoxos ali relatados. Assim é que nossa profissão pode nos proporcionar momentos de singulares realizações pessoais no serviço da coletividade, em tempos de paz ou de guerra, mas pode também nos impor os maiores sacrifícios e atribulações em tempo de guerra, como, por exemplo, tirar a vida dos nossos inimigos.

    A ética militar é, portanto, bastante complexa, na medida em que às bases da filosofia grega e dos princípios da Ética Cristã somam-se os princípios agregados pela Ética do Dever e pelo Utilitarismo dos filósofos britânicos. O pensamento kantiano, ao posicionar o cumprimento do dever como a mais alta das virtudes, alinha-se, de forma que talvez o próprio Kant não tivesse imaginado, ao Utilitarismo, que prega a busca do maior bem para o maior número de pessoas, e à Ética Militar, sintetizada no compromisso do soldado de defender a Pátria com o risco da própria vida. Não há novidade neste último ponto, uma vez que a existência do soldado se justifica pela sua prontidão em defender a Pátria, de armas na mão – o que, em última instância, em tempo de guerra, levará à perda de vidas humanas. Todavia, é evidente que esse raciocínio se choca frontalmente com alguns princípios da Ética Cristã, em particular no que se refere ao mandamento “Não Matarás”.

    Há confissões religiosas em que tal conflito é percebido de forma mais assertiva e tido, de certo modo, como incontornável. Isso levou à inserção, no parágrafo 1º do artigo 143 da Constituição de 1988, de dispositivo destinado a atender a tais objeções de consciência em tempo de paz. De um modo ou de outro, o profissional das armas que meditar sobre os compromissos que assume ao incorporar-se às Forças Armadas sentirá o peso dessa aparente incoerência. Todos nós, militares, mais cedo ou mais tarde, passamos por esse momento.

    De minha parte, a Doutrina Espírita exerceu papel decisivo na decisão que tomei de prosseguir na profissão militar após a conclusão do curso preparatório, uma vez que naquele momento o Espiritismo já embasava, em grande medida, a minha visão de mundo.

    Posso dizer que a Doutrina Espírita, mediante o princípio da reencarnação, passou a representar para mim uma ponte entre a ética cristã e a ética militar. O conhecimento recém-adquirido, revelador da imortalidade do espírito sob um novo prisma, facultou-me o seguinte raciocínio: o serviço da Pátria impõe-me o dever do sacrifício da própria vida ou um outro, ainda maior, que é o de tirar a vida de meus semelhantes; se, por infelicidade, esta última hipótese vier a se concretizar, terei a confortar-me a certeza de que, em futuras reencarnações, surgirão oportunidades de resgatar esses atos praticados em prol de um bem maior.

    Naquele ponto da caminhada, o Espiritismo já me havia levado a compreender, de maneira prática e descomplicada, como os princípios e valores que trazia do ambiente familiar encaixavam-se com perfeição no estilo de vida profissional militar. Já percebia com nitidez por que a responsabilidade precisa ter precedência sobre a liberdade; percebia a relevância do cuidado com o preparo próprio, da lealdade, da camaradagem, da dedicação integral e do espírito de sacrifício como fundamentos, tanto da vida na caserna quanto da vida em família.

    Logo entendi que esses eram os pressupostos a serem atendidos para que eu, noite após noite, pudesse deitar a cabeça no travesseiro com a consciência de não apenas ter evitado a prática do mal, mas sobretudo de ter feito todo o bem possível. A noção de integridade, com todas as suas servidões, ganhava forma em meu modo de ser. Foi assim que a Doutrina Espírita veio, em grande medida, dar sentido à minha existência. Quase meio século transcorrido, percebo o quanto fui privilegiado em tê-la conhecido e abraçado tão cedo e em ter de algum modo contribuído para conservá-la viva nos corações e mentes de toda a nossa Família.

    por Décio Luís Schons Cruzado 5418

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    Médium, Mediunidade e Fenômeno Mediúnico

    O tema “Médium, Mediunidade e Fenômeno Mediúnico” permaneceu por muito tempo na categoria dos assuntos frívolos, dos meros passatempos, das diversões. Por outro lado, gerava também uma percepção de algo “proibido”, de “sobrenatural”, de “contrário à Lei de Deus”.

    A Doutrina Espírita trouxe luz, seriedade e entendimento ao investigar e estudar o assunto sob os fundamentos e princípios da ciência, sem perder de vista as decorrentes implicações filosóficas e religiosas.

    A mensagem de Allan Kardec, na introdução do “Livro dos Médiuns”, alerta para a relevância das nossas relações com o “mundo espiritual”, bem como para suas implicações nas nossas vidas:

    – “Dirigimo-nos aos que veem no Espiritismo um objetivo sério, que lhe compreendem toda a gravidade e não fazem das comunicações com o Mundo Invisível um passatempo”.

    Recorremos novamente ao “Livro dos Médiuns” para entender o significado do termo médium e encontramos a definição de que médium é “toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos”.

    Referindo-se à mediunidade a obra citada ainda esclarece que “essa faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte, não constitui um privilégio exclusivo […] Pode-se, pois, dizer que todos são mais ou menos médiuns”.

    Depreende-se das citações apresentadas que a Doutrina Espírita entende a faculdade mediúnica, ou seja, a mediunidade, como uma faculdade comum a todos os seres humanos. Todos nós somos “mais ou menos médiuns”, pois sentimos, em graus diferentes, a influência dos Espíritos. Todos somos médiuns em potencial.

    O médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco ressalta que a mediunidade é uma faculdade de intercâmbio espiritual inerente ao Espírito, cuja manifestação é favorecida, em maior ou menor grau, por determinada predisposição orgânica e/ou perispiritual.

    Podemos considerar que os denominados fenômenos intuitivos caracterizam a existência da mediunidade comum a todos os indivíduos, porém, embora significativos, não constituem a faculdade “ostensiva” dos chamados “médiuns ativos”.

    Seguimos, na nossa reflexão, ainda com base nos conceitos contidos no “Livro dos Médiuns”, a respeito da mediunidade. Destacamos, porém, que “usualmente essa qualificação só se aplica àqueles em quem a faculdade se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade […]”

    Podemos considerar como “efeitos patentes” os fenômenos mediúnicos, que variam em “intensidade” e que se mostram “bem caracterizados”.

    Daí a Doutrina Espírita considerar médiuns “ativos” ou “ostensivos” aqueles que são capazes de intermediar, de forma mais “intensa”, ou seja, ” bem caracterizada”, a comunicação com o “Mundo Invisível” (Mundo Espiritual).

    Nesse sentido, Kardec contou com a colaboração de diversos médiuns que, intermediando a comunicação com o “Mundo Invisível”, possibilitaram ao codificador receber as informações e os conhecimentos para sistematizar os fundamentos e princípios da Doutrina Espírita.

    Fato inquestionável é que a Doutrina Espírita surgiu a partir das comprovações científicas dos fenômenos mediúnicos, se consolidou e segue disseminando sua ação consoladora e de divulgação da mensagem do Cristo por intermédio de inúmeros médiuns.

    A observação de Kardec, expressa no “Livro dos Médiuns”, de que a mediunidade, também denominada por ele faculdade mediúnica, não se revela da mesma maneira em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta ou daquela ordem, de onde resulta que formam tantas variedades quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.”

    O estudo e a educação da mediunidade e, consequentemente, a sua manifestação responsável nos fenômenos mediúnicos é tarefa inadiável de todos nós espíritas, que almejamos servir na Seara do Mestre. Paz em Cristo!

    Paz em Cristo!

    Por Moacir Wilson De Sá Ferreira

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    O Espiritismo e seu Aspecto Religioso

    A popularização do Espiritismo no Brasil levou, com o passar dos anos, a que muitas pessoas tivessem da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec uma visão limitada, como se ela fosse mais uma seita ou corrente religiosa no âmbito do Cristianismo. Percebe-se em algumas casas espíritas uma tendência ao igrejismo, à rigidez de procedimentos e até mesmo ao estabelecimento de rituais, em completo desacordo com o preconizado pelos mensageiros espirituais que transmitiram a Kardec, por intermédio de centenas de médiuns em muitos países, as bases da Doutrina e a universalidade do ensino dos espíritos.


    É preciso que nós, espíritas, jamais percamos de vista os fundamentos da Doutrina que abraçamos. Esses fundamentos, como já ressaltado de início, encontram-se nos livros da Codificação e conferem à Doutrina três aspectos: o filosófico, o científico e o religioso. O aspecto filosófico trata de buscar as causas primeiras e responder aos porquês, de estudar as finalidades e as motivações dos fenômenos espíritas, situando-os no contexto de toda uma cosmogonia cambiante porque evolutiva. Esse aspecto constitui o pilar central do Espiritismo e nos remete à presença da Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas. O aspecto científico veio nos trazer a informação sobre a maneira como os fenômenos acontecem, com a utilização dos mesmos métodos indutivo e dedutivo utilizados pelas ciências físicas e biológicas, à época em pleno amadurecimento.


    Tratando agora do aspecto religioso, é interessante que nos detenhamos brevemente sobre a origem da palavra religião e sobre os significados e os entendimentos que ela ensejou ao longo da história. A palavra religião, como sabemos, tem sua origem etimológica no verbo latino “religare” e seu significado lato em português não requer maiores elaborações. A questão que se coloca é sobre a espécie de religação de que estaríamos tratando.


    Para as religiões cristãs tradicionais, o ser humano estaria, a partir do milagre da criação, ligado a Deus por sua própria natureza. Lamentavelmente, o pecado original (expressão interessante, que poderia ser tema de outro artigo) teria vindo interromper essa comunhão. A ligação entre o ser humano e a Divindade somente poderia ser restabelecida mediante o sacramento do batismo.


    Para a Doutrina Espírita, o ser humano, assim como tudo que existe no universo, jamais deixou de estar ligado à Divindade pela sua própria origem. Na verdade, com a aquisição da consciência (esse, no meu entendimento, o verdadeiro pecado original) que o distingue dos demais seres vivos, o ser humano descobre sua finitude e passa a propor a si mesmo as questões existenciais que todos conhecemos muito bem.


    É a partir desses questionamentos e das respostas correspondentes que a religação com a Divindade foi ganhando existência nas mentes e nos corações dos integrantes da espécie humana. É precisamente a essa religação que a Doutrina Espírita alude ao estabelecer o seu terceiro aspecto, a partir dos outros dois, o filosófico e o científico.


    O verbo religar, por conseguinte, não carrega aqui o significado de refazer uma ligação que em algum momento teria sido desfeita, muito ao contrário. O aspecto religioso do Espiritismo tem a ver com o estabelecimento da ligação com a Divindade em outro nível, mediante o uso da nossa inteligência e consciência, para compreender e assimilar o verdadeiro sentido de nossa breve permanência como seres encarnados neste planeta. Isso explica as palavras basilares de Allan Kardec sobre a fé inabalável como sendo somente aquela capaz de encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade.


    Tal entendimento lança por terra qualquer tipo de dogmatismo ou facciosismo religioso, uma vez que reconhece e estimula a prática do questionamento a todos os princípios, inclusive dos princípios doutrinários. Esse pensamento também foi externado por Kardec, ao estabelecer que se qualquer enunciado espírita for modificado pela ciência, essa nova posição deverá ser incorporada à Doutrina.


    Somos seres em evolução e a cada dia andamos alguns passos em nossa caminhada rumo ao infinito. Nessa jornada, é importante sabermos com precisão o nosso destino, pois quem não sabe para onde quer ir tem uma alta probabilidade de não chegar a lugar algum. A Doutrina Espírita é guia preciosa nessa marcha para muitos seres humanos presentemente encarnados neste nosso querido planeta. Para praticá-la e vivê-la em sua plenitude, é importante que seus princípios basilares sejam bem compreendidos e assimilados. Entender a Doutrina Espírita embasada em seus três aspectos, conforme o legado do Codificador, certamente contribuirá para o fortalecimento de nossa própria Fé raciocinada.

    por Décio Luís Schons Cruzado 5418

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    No Aniversário de O Evangelho Segundo o Espiritismo

    Sabemos que o Espiritismo não é propriamente uma religião, e sim uma Doutrina que incorpora um significativo aspecto religioso.

    Na verdade, nossa Doutrina Espírita começou como filosofia, com a publicação de O Livro dos Espíritos em 1857, prosseguiu como ciência com a 1ª edição de O Livro dos Médiuns em 1861 e incorporou seu aspecto religioso com a publicação de O Evangelho Segundo o Espiritismo em 1864.

    Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecido pelo pseudônimo Allan Kardec, era um professor e cientista e como tal não tinha ideias preconcebidas. Quando teve notícia dos episódios envolvendo as mesas girantes, seu impulso foi investigar para denunciar as fraudes que, no seu entendimento, estavam por trás dos fenômenos. A constatação de que havia, sim, inteligências atuando em outro plano de manifestação e de que essas inteligências se comunicavam com as pessoas em nosso plano e transmitiam ensinamentos pertinentes a um novo campo do conhecimento humano levou o Professor a encarar com seriedade e determinação a tarefa de codificar tais comunicações, organizá-las e torná-las inteligíveis.

    Por isso, o aspecto científico da Doutrina Espírita é definido pela metodologia utilizada por Kardec, isto é, o método experimental, em que milhares de perguntas foram endereçadas a inúmeros médiuns em centenas de centros espíritas em diversos países. As respostas obtidas só foram tomadas em consideração a partir de um número considerável de coincidências.

    Não foi, portanto, Allan Kardec que deu forma e substância à Doutrina Espírita – foram os espíritos. Ele nunca se autodenominou nem foi caracterizado como autor dos livros. A ele coube a tarefa autoimposta de codificar e divulgar os princípios da Doutrina Espírita e por isso ele é conhecido como o Codificador do Espiritismo.

    O Livro dos Espíritos constituiu-se de imediato em um sucesso de livraria. As pessoas cultas e bem-intencionadas desacreditavam das doutrinas tradicionais e ansiavam por explicações que fizessem sentido sobre os problemas do ser, do destino e da dor. Esse livro constitui a base sólida para o aspecto filosófico da Doutrina Espírita, orientando respostas às perguntas sobre as causas primeiras e detalhando a posição do ser humano num universo inteiramente sob a égide divina, em que nada acontece por acaso.

    O Livro dos Médiuns, publicado em sequência, constitui a base para o aspecto científico da Doutrina, ao responder às perguntas sobre como os fenômenos mediúnicos acontecem. O relacionamento entre seres humanos encarnados e desencarnados é, preponderantemente, o objeto deste segundo livro ditado pelos espíritos e organizado por Allan Kardec.

    E então, 158 anos atrás, no dia 15 de abril de 1864, viria à luz O Evangelho Segundo o Espiritismo, cujo título original era “Imitação do Evangelho”. Já na introdução do livro, Kardec, atendendo à orientação dos Guias Espirituais, deixa claro que só serão abordados os tópicos relevantes para a conduta moral dos seres humanos e deixados de lado os aspectos polêmicos e de cuja discussão já haviam resultado tantos males para a humanidade. Toda a atenção é, portanto, dedicada à aplicação dos princípios da Ética Cristã e à análise de questões de ordem religiosa, aí incluídas a prece e a caridade, reforçando a noção de que ali se encontra o roteiro para a felicidade dos seres humanos.

    Obviamente, não era objetivo de Kardec, nem dos espíritos orientadores da sua obra, redigir uma “Bíblia espírita”. Também não tinham em mente reinterpretar os ensinamentos bíblicos à luz da Doutrina nascente. Ao analisar cada um desses ensinamentos éticos, o objetivo proposto era unicamente o de aclará-los e, assim fazendo, demonstrar sua absoluta concordância com os princípios que haviam sido trazidos recentemente a público pela Doutrina Espírita.

    Percebemos assim a importância da data que mencionamos: o aniversário de publicação de O Evangelho Segundo o Espiritismo. A partir dali, a Doutrina Espírita atingia sua completude, passando a apoiar-se sobre os três pilares que a caracterizariam de forma permanente: o científico, o filosófico e o religioso. Os dois livros que viriam a completar o Pentateuco Kardequiano (O Céu e o Inferno, em 1865, e A Gênese, em 1868) foram dedicados a aprofundar esses três aspectos.

    Muito já se tem escrito sobre a história da Doutrina Espírita e sobre a importância da obra de Allan Kardec. Ao abordar de forma tão ligeira esse tema complexo, move-nos o objetivo de despertar naqueles que dão os primeiros passos na trilha espírita a curiosidade e o gosto pelo conhecimento de uma doutrina que abarca todos os campos do conhecer, do sentir e do viver humano.

    por Décio Luís Schons Cruzado 5418

    fonte: O Espiritismo Consolador (sobrecoisaseloisas.blogspot.com)

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