No ano de 286 da era cristã, provavelmente a 22 de setembro, foi sacrificado o comandante de uma corte auxiliar do Exército Romano, juntamente com todos os seus soldados. Eles negaram-se a prestar o culto aos deuses pagãos, prática da época, antes de iniciarem-se as batalhas.
Aqueles soldados eram seguidores dos ensinamentos de Jesus e acalentavam em seus corações a verdadeira fé cristã.
Aquele comandante era o Capitão Maurício, homem de origem egípcia que prestava serviços ao Exército Romano, servindo no Oriente.
Por duas vezes Maurício e seus soldados negaram-se a prestar os solenes sacrifícios aos deuses. Quando da primeira negativa foi decretada a dizimação pelo imperador e muitos foram mortos. Não se abalaram os soldados, mantendo-se firmes na defesa da Fé que os alimentava. Foi determinada, então, uma segunda dizimação, sendo sacrificado, depois, o restante da tropa.
Morria, assim, um grande número de cristãos em defesa dos ideais que, havia quase três séculos, Jesus Cristo transmitira quando de sua passagem pela Terra.
O procedimento do Capitão Maurício configurou mais um dos muitos atos de reação aos costumes religiosos da época; desencadeou mais uma das muitas perseguições movidas aos cristãos.
O sacrifício do Capitão Maurício constituiu-se em um estimulante exemplo de fé. A ameaça da morte não abalou a sua convicção de que os deveres para com Deus e para com o próximo são a essência da lei divina e a base da mensagem trazida por Jesus.
Constituiu-se, ainda, em um exemplo de liderança religiosa. A crença de que seu comportamento pacifico e caridoso estava correto, a maneira simples e fraterna de tratar seus comandados e a fé consciente que deixava transparecer, criaram em torno de sua pessoa um clima de respeito e admiração, influenciando a conduta daqueles homens a ponto de leva-los, primeiro, a aceitar sinceramente Jesus e suas diretrizes e, mais tarde, a dar o testemunho maior preferindo a morte a traírem a própria consciência.
Nos dias de hoje está consagrada a liberdade de crença. Grande parte da humanidade, ao contrário do que acontecia ao tempo do Império Romano, diz-se cristã.
Desapareceram, de um modo genérico, as dificuldades para a prática do cristianismo. Não mais são encontradas posições contrárias impostas, radicalmente, por reis ou dirigentes.
Os obstáculos agora ficam por conta da própria humanidade. O excesso de orgulho e a falta de humildade criam, no individuo, as barreiras que o afastam de Deus.
Como devem proceder aos homens para serem considerados, verdadeiramente cristãos?
Basta meus irmãos, seguir os ensinamentos de Jesus Cristo. Basta praticar, intensamente, o amor. Basta buscar, constantemente, a reforma interior, procurando eliminar as imperfeições morais que caracterizam ainda o ser humano. Basta ser tolerante e caridoso, sem ostentação. Basta fazer o bem com humildade.
Assim procedendo, estaremos caminhando amparados pelo Pai Celestial e imunes as adversidades da vida terrena, pois a luz da espiritualidade maior aos nos envolver funcionará não só como a couraça protetora, mas também como um veículo a nos impulsionar.
Nesta busca do caminho certo que levará o homem ao Divino Criador, conforme orientação da Doutrina Espírita surge novamente à figura do Capitão Maurício. Agora, dos planos superiores onde se encontra, orienta e instrui a Cruzada dos Militares Espíritas. Sua posição de mártir do Cristianismo serve de modelo a este grupo de homens de farda que pregam o amor ao próximo como meio apropriado para modificar a humanidade.
É assim que, contrariando as ideias pagãs, quando ainda encarnado, e inspirando as ideias cristãs, hoje no mundo espiritual, encontramos sempre Maurício – Patrono da Cruzada dos Militares Espíritas – como em verdadeiro exemplo: de coragem, na convivência da fé, de perseverança, na edificação do bem; de fidelidade, sempre, a Jesus, o nosso Mestre e Senhor.
XXXVI Semana Maurícia
Mensagem elaborada pelo Cruzado 5767 Ten.Cel. José Messias de Britto Filho (Núcleo de Juiz de Fora-RJ)
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