¨ É o que de mim, diante de muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem a outros, ¨ (Paulo . 2ª. Tim, 2:2)
Segundo o dicionário Aurélio, – Fidelidade é: ¨Qualidade ou caráter de fiel; lealdade, firmeza. Constância, firmeza nas afeições, nos sentimentos; perseverança. Observância rigorosa da verdade; exatidão¨… – Fiel, por sua vez, é assim definido: ¨Que é digno de fé. Que cumpre aquilo a que se obriga; leal; honrado, íntegro; – Probo: servidor fiel. Que não falha: seguro, certo. – Que não muda: firme, constante, perseverante.
Cruzados de Maurício:
Julgamos que nunca, como nos dias que correm, torna-se necessário atentarmos para a recomendação de Paulo à Timóteo, acima transcrita.
Vivemos dia difícil, quando a dor, decorrente de nossas infidelidades, campeia em todos os lugares e em todas as classes sociais.
Passaram-se 1985 anos da chegada d´Aquele que veio, como ¨a Luz do Mundo¨, para nos ensinar a lei do amor e a fidelidade aos seus princípios. Ao longo dos séculos, entretanto, temos permanecido distraídos e distanciados dos ensinos do Mestre Nazareno. Almas abnegadas, em todas as épocas, através de iniciativas variadas e exemplos pessoais, têm procurado manter acesa a chama dos ideais por Ele trazidos, os quais, um dia, permitirão a paz entre os homens.
Impulsionados pelo ideal cristão, e desejosos de transmitir a outros homens os ensinos do Cristo. Um pugilo de bravos militares a quase 41 anos fundava no Rio de Janeiro, a Cruzada que nos irmana, e que tanto amamos, amparados no exemplo de fidelidade que o Capitão Maurício e sua corte nos inspiraram, eles tinham como objetivos: ¨Afirmar publicamente a fé cristã; viver sem dispersão e em comunhão evangélica; reunir os homens de farda – de terra, mar e ar – e os irmãos civis, para o culto de fidelidade à igreja invisível, e para pregarem a Doutrina Espírita, como expressão da Verdade que, a seu tempo, felicitará todas as almas e todos os espíritos¨.
Paulo e Maurício, guardadas as proporções, dois gigantes na defesa dos princípios cristãos, incorporados e vividos! .
Temos presenciado, nos dias atuais, a avalanche de desmandos, de agressões, de deserções, de atos antifraternos e toda espécie de ações inidôneas, decorrentes, por certo, da inobservância dos ensinamentos que nosso Mestre Jesus nos legou.
Atentemos, então, para os exemplos do ¨Apostolo da Gentilidade¨ e do mártir que capitaneou a ¨Legião Tebana¨!
Paulo deu exemplo de fidelidade em toda a sua vida. Ninguém pode, em sã consciência, negar a sua firmeza, a sua lealdade, a sua honradez, a observância rigorosa da verdade que ele defendia (lei mosaica) quando – ainda como o orgulhoso Saulo – combatia, até às últimas consequências, para que ela fosse observada e cumprida, Quando, às portas de Damasco, Jesus lhe dirigiu o chamamento direto, e ele compreendeu que estava enganado, não titubeou em mudar. Com a mesma obstinação com que defendia a lei de Moisés, passou a defender os ensinos cristãos. Foi fiel sempre, com uma lealdade e uma firmeza difíceis de observar em qualquer época.
Maurício, por sua vez, soldado que era dedicado e disciplinado servidor de César – ao comando do imperador Maximiniano – soube ser fiel a seus chefes e às suas obrigações para com as leis dos homens, enquanto essas obrigações não violentaram sua consciência cristã. Quando. Entretanto, tentou obrigá-lo aos excessos dos sacrifícios pagãos, ele não vacilou diante da ¨fidelidade maior¨ ao Deus Único e aos princípios cristãos, já incorporados ao seu espírito forte e decididos. Por fidelidade ao Cristo, os campos de Agauno, na Suíça, tingiram-se do sangue generoso da Corte Auxiliar Tebana, num dos mais impressionantes exemplos coletivos de observância rigorosa da Verdade de que se tem notícia.
Companheiros e irmãos de nossa querida Cruzada! A fidelidade, no tempo dos primeiros cristãos, no tempo de Paulo de Tarso, no tempo de Maurício e de outros tantos gigantes da fé, de épocas recuadas, importava em dolorosas violências materiais e morais sobre os seus defensores e, quase sempre, na eliminação de suas vidas, para que os ensinos se transmitissem imaculados.
Hoje, entretanto, somos chamados a outro tipo de lealdade. Fidelidade, nos tempos atuais, não mais implica na perda da vida, sim na sua integral entrega Àquele que deve ser à razão primeira do nosso viver. Morrer, hoje, por Jesus, já não tem o mesmo significado. Viver para Ele e por Ele, sim, nos parece o grande desafio de nossos dias!
Viver e resistir até o fim de nossa atual experiência corporal… Resistir ao orgulho, à vaidade, ao egoísmo; resistir aos vícios do fumo, do álcool, dos tóxicos; resistir à gula; resistir à preguiça, ao comodismo, ao excesso decorrente da autoridade e aos convites à desonestidade; resistir aos preconceitos da casta, raça, cor, confissão religiosa…
¨Viver no mundo sem ser do mundo¨ continua a ser o desafio de todas as épocas. Continuamos a precisar de ¨homens fieis¨, que sejam idôneos para ensinarem aos outros¨, como Paulo escreveu em sua carta a Timóteo.
Irmãos! Que nós possamos permanecer conscientes quanto às responsabilidades que nos cabem. Estudemos os Evangelhos – explicados à luz da Terceira Revelação – praticando-lhes as lições pelo entendimento decorrente; sejamos idôneos, firmes e perseverantes; trabalhemos muito; vivamos contentes, expandindo o bom animo e afugentando o pessimismo; inspiremo-nos nos idealistas que em 1944, fundaram nosso movimento; sejamos fraternos, compreensivos, caridosos. Saibamos oferecer nossa atual existência ao Senhor, com decisão e alegria, e esforcemo-nos para que um dia possamos repetir, com o Convertido de Damasco: ¨Não sou eu mais quem vive, é Cristo que vive em mim¨(Gal 2:20). Só assim estaremos sendo fiéis, e nosso ideal não perecerá.
Graças a Deus!
XXXII Semana Maurícia
Mensagem elaborada pelo Cruzado Teltz Cardoso Farias (Núcleo de Sta.Maria – RS)
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