Mensagem Maurícia 2018

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Mensagem Maurícia 2018

De autoria do Cz 6.999,  Carlos Wagner de Britto, Engenheiro, Presidente do Núcleo da Vila Militar-Deodoro no Rio de Janeiro, RJ

Segundo a tradição cristã, em 286, Mauricio e todos os seus comandados da famosa Legião Tebana tombaram martirizados, obedecendo fielmente à célebre ordenação de Jesus: – Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mateus – 22:21). Eles foram intimados a prestar culto aos deuses romanos. Como militares tinham o conhecimento de seus deveres, porém como cristãos possuíam a consciência de servir espiritualmente somente a um Senhor. Se o homem da sociedade atual, cuja maioria das nações garante a livre manifestação religiosa, ainda sofre de forma velada ou às vezes até de forma explícita preconceito ou perseguição, imagine-se então naquele tempo de barbárie?

A grandeza na afirmativa de Jesus é que as duas atitudes são complementares, pois que a ideia central de servir a Deus, não impede, muito menos exonera da responsabilidade que todo cristão tem de dar a César a sua parte, ou seja, de saber conviver em sociedade. Em “O Livro dos Espíritos”, questão 793, a Espiritualidade Superior informa a Kardec que os povos da humanidade atual só têm o direito de se dizerem esclarecidos, mas não civilizados, pois até o momento não conseguiram banir dos seus círculos os vícios que os desonram, nem praticar entre si a verdadeira caridade cristã.

Já que estamos falando de povos e nações, e o Brasil? Que Brasil, nós brasileiros, queremos ter? Esta pergunta tem sido veiculada com frequência na TV e também nas redes sociais. Sem tirar o mérito da ideia, não caberia antes todos nós nos perguntarmos o que queremos ser como nação para que aí sim depois conquistarmos o ‘ter’?

Estamos no limiar de transformações profundas em nossa terra, como naturalmente já aconteceu e ainda acontece em outras. Mas há que se realizá-las sem ódios ou revanchismos. Afinal queremos ou não queremos ser categorizados como nação verdadeiramente civilizada?

“O povo determina os acontecimentos, e os acontecimentos se encarnam nos homens que o representam”.

Esta frase é do espírito do proclamador da República no Brasil, Marechal Deodoro da Fonseca, psicografada por Chico Xavier, no livro “Falando à Terra”. Nós como povo, com as nossas escolhas individuais somadas uma a uma, formamos, no conjunto, uma escolha coletiva. Os homens que nos representam atualmente no Brasil, por mais que nos desagrade, são a expressão do que estamos ‘fazendo acontecer’ no país.

Como agir o cristão espírita brasileiro de forma a dar a parte justa que é de César sem perder de vista a sua irrestrita obediência a Deus, dando a parte que a Ele cabe?

O Venerando Espírito Bezerra de Menezes em mensagem psicofônica pelo médium e tribuno baiano Divaldo Franco, no salão da Federação Espírita Brasileira, no dia 10/11/1996, em Brasília (Revista Reformador, janeiro de 1997), já nos alertava: “Meus filhos! Permaneça conosco a Paz do Senhor! Recrudescem as lutas. Os anunciados tempos de transição chegam e fragorosas batalhas são travadas. É indispensável a aferição de valores que devem caracterizar os combatentes. (…) Os discípulos da Verdade devem permanecer fiéis aos postulados que abraçam, vivenciando-os.”

Cada espírita como célula viva desse tecido social chamado Brasil, deve fazer sua parte na ação de mantê-lo saudável, praticando os ditames que a Doutrina Rediviva de Jesus nos ensina; e para efeito de melhor entendimento dessa aplicação prática podemos recorrer ao seu roteiro condensado convencionalmente chamado princípios básicos: Existência de Deus – O ateísmo é uma evidência muito forte do orgulho humano. Não que se deva condenar a pessoa que não acredita numa ‘inteligência suprema e causa primária de todas as coisas’, porém o que é difícil de entender é que ela tenha ‘certeza absoluta’ de que Deus não existe… No início do século 20, físicos renomados tentaram decodificar de forma total a estrutura da matéria e não conseguiram. Nessa mesma época o físico alemão Werner Heisenberg, em 1927, verificou e afirmou ser impossível conhecer de forma total a estrutura íntima da matéria, porque não havia e ao que se saiba ainda não há instrumentação adequada para se conhecer exatamente a forma de interação entre as partículas atômicas. Considerado um marco para a Ciência, o Princípio da Incerteza surgiu pela genialidade de um cientista como um freio contra ‘as verdades absolutas’, pois retira dos céticos empedernidos a ideia da infalibilidade dos conhecimentos humanos. O espírita pode e deve difundir a ideia de que a ciência e a religião são as duas mais preciosas ferramentas que Deus coloca nas mãos do homem para alavancar o seu próprio progresso.

Imortalidade do Espírito – Um dos piores males que acomete o ser humano é a descrença ou o desconhecimento de sua natureza espiritual. O materialismo compromete toda e qualquer iniciativa de boa ação, pois que não traz nenhum consolo diante da morte de um ente querido, das doenças incuráveis, dos desgostos de ordem sentimental, das perdas financeiras e demais aflições do cotidiano. Com a descrença muitos buscam ‘soluções’ nas drogas, nos vícios em geral, no suicídio, aborto, etc. A mediunidade responsável tem sido uma bênção de consolo para os que passam por essas dores e tem sido também o veículo de confirmação da realidade do mundo espiritual. Nós espíritas não podemos nos furtar a dar este testemunho. Não fazemos proselitismo com a doutrina espírita, empenho na conversão das pessoas, mas podemos divulgá-la com seriedade e conhecimento, através de ações e palavras dignas.

Pluralidade das existências – A lei de causa e efeito oriunda do processo reencarnatório a que está sujeita a humanidade é uma lei divina que muito mais do que penitência ou castigo denota uma função de caráter educativo.  Os preconceitos de cor da pele, sexo, posição social e nacionalidade perdem totalmente sua razão de ser na medida em que tais atributos são inerentes ao corpo físico e, “… a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus…” (Paulo, I Coríntios 15:50). Ao mesmo tempo, a enfermidade congênita, a “bala perdida” e o revés econômico capaz de frustrar todas as precauções indicadas pelo bom senso encontram explicação lógica e propósito elevado.  Pesquisar, analisar e divulgar quando conveniente tais instruções é tarefa inadiável de todo espírita no seio da comunidade em que vive, usando para isso os atuais recursos da informática e meios de comunicação.

Comunicabilidade entre encarnados e desencarnados – Vejam que interessantes os comentários de Allan Kardec na questão 317, de “O Livro dos Espíritos”, relativos à possibilidade de os desencarnados conservarem no mundo espiritual o amor à pátria.: – “(…) Os Espíritos vulgares, esses são os que aí mais  se comprazem e constituem a massa da população invisível do globo terráqueo. Conservam quase que as mesmas ideias, os mesmos gostos e as mesmas inclinações que tinham quando revestidos do invólucro corpóreo. Metem-se em nossas reuniões, negócios, divertimentos, nos quais tomam parte mais ou menos ativa, segundo seus caracteres. Não podendo satisfazer às suas paixões, gozam na companhia dos que a elas se entregam e os excitam a cultivá-las. (…)”. Sendo assim não é de se estranhar que nesse ambiente saturado de trocas mentais inferiores haja um número enorme de guerras, roubos, assassinatos, abortos, vícios e toda uma gama de iniquidades praticadas na face da Terra. É fundamental que todo espírita vigie seus pensamentos e ore pela higienização moral da psicosfera da Terra. Tal atitude certamente motivará muitos outros a seguirem este exemplo.

Pluralidade dos mundos habitados – Já imaginaram meus irmãos que somos passageiros de uma nave espacial chamada Terra que no seu movimento em torno do Sol chamado de translação, viaja a uma velocidade média estimada em cento e dez mil quilômetros por hora levando um ano para fazer este trajeto? Que o Sistema Solar não passa de minúsculo grão de areia em relação à constelação chamada Via Láctea e, que esta, por sua vez, não passa de poeira em relação a outras galáxias? Somos parte de um gigantesco mecanismo chamado Universo. Por isso os espíritos, na citada questão 317, disseram que este Universo é de fato a verdadeira pátria de toda humanidade. Nós espíritas temos a obrigação moral de propagar essa ideia.

Irmãos, sob o amparo amoroso de Maurício e sua legião de Luz, a Cruzada dos Militares Espíritas há de continuar a realizar a caridade da divulgação dos sadios ensinamentos da Doutrina Espírita, através de seus Núcleos e Grupos de Estudos Doutrinários instalados nas OM de todo o país.

O mundo pacífico que desejamos para nós e para aqueles a quem amamos passa irrefutavelmente pela precedente pacificação do mundo interior de cada um.

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