Mensagem Maurícia 2019

Veja a página: Mensagem Maurícia

Por JOSÉ LUCAS DE SILVA (CRUZADO 6294)
PRESIDENTE DO NÚCLEO DA CME DA PRAIA VERMELHA E URCA

MENSAGEM PARA A SEMANA MAURÍCIA 2019

        Estamos a caminho da Era da Regeneração, num tempo de transição planetária, onde a responsabilidade de cada indivíduo aumenta na precípua necessidade de renovação. Como o “cosmos conspira para o bem”, a desordem que se apresenta nesses dias de mudança, naturalmente obedece a princípios fundamentais geradores de harmonia futura, todavia confere uma percepção perturbadora para aqueles que põem dúvida no porvir.

        Nas hordas das transformações no limiar do terceiro milênio, é imperioso mirar na inspiração, na coragem e no testemunho da fé verdadeira de nossos antepassados, para não se descuidar e se afastar do comprometimento com a agenda cristã. O legado que os seguidores de Jesus deixam são miríades de luzes a retificar rotas tortuosas.

        Por isso, no dia 22 de setembro, é grandioso exaltar o episódio de Agauno, protagonizado por Maurício e sua Legião, no ano de 286 DC, e o seu real significado como ponto de referência para quem segue a Boa Nova em tempos difíceis. As marcas do Cristianismo, deixadas por mártires em nome de Jesus, configuram esteio firme de apoio à caminhada cristã, em qualquer época, em especial nos chegados tempos de renovação.

        A Cruzada dos Militares Espíritas, Sociedade Espírita de grande capilaridade em todo território nacional, com especial missão no movimento espírita brasileiro, orientada pelo Alto, por ocasião de sua fundação em 1944, registrou como Guia o ideal de fé deixado pela eminente figura de Maurício e seus legionários.

        A História registra que a Legião Tebana era constituída por legionários cristãos do Alto do Nilo, no Egito, e que foram recrutados por Roma para sufocar uma rebelião na Gália. Após suprimida a revolta, Maurício e sua tropa recusaram-se, repetidamente, à ordem para participar de sacrifícios a deuses romanos e à execução de prisioneiros, como parte da celebração costumeira.

        O Imperador ordenou que a Unidade fosse dizimada, uma prática na qual um em cada dez homens era executado. A Legião, contudo, não se abalou, apesar das ameaças de uma segunda dizimação, que logo se seguiu. O Imperador disse aos remanescentes que seriam todos mortos, mas seu Capitão, Maurício, inspirou neles o exemplo dos soldados já martirizados, e lhes falou a todos que estava assegurado um lugar no Céu. Todos foram decapitados, sem resistência.

        Se no passado ocorreram o enfrentamento do circo, da fogueira e do martírio, hoje surgem outras situações desafiadoras para quem remaneja seu rumo para o Cristo, embora não dolorosas: distanciar-se das distrações e desvios de conduta tornados estímulos de vida, liberar-se da atração para os abismos dos vícios, negar os apelos da “voz do mundo” na direção equivocada. O dizer de Paulo “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são permitidas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Coríntios 6:12) é fato em todas as épocas. Por razão de devotamento a uma causa, não convinha a Maurício e seu contingente participar do rito romano, ainda que ordenado. A epopeia vivida pela Legião Tebana deu exemplo de renúncia coletiva, de disciplina, sem ato de rebeldia ou de insubordinação. Distante no tempo e, com justa razão merecendo ser lembrada, essa prova suprema conduz a uma profunda e sincera reflexão para o aprendiz do evangelho na conjuntura atual: o que neste mundo, na verdade, é lícito, mas não convém participar e, muito menos, deixar me dominar?

        Hoje, quando o planeta se movimenta na faixa evolutiva, forças dissociadas do bem propalam, com facilidade, a propagação e o chamamento para o “equívoco”, o “errado” e o “mal”,julgando engrossar as fileiras daqueles que, mais tarde, inexoravelmente, serão chamados de anjos decaídos, pela perda do paraíso. Cabe ao trabalhador da última hora, inspirar-se no exemplo dos que testemunharam sua fé, sendo fiéis ao Cristo, a fim de fortalecer sua resistência, não se desviando das fileiras do caminho da redenção e herdando a Terra.

        Na verdade, apesar da turbulência do momento de passagem e de transformação da Terra, o “bem” segue altaneiro riscando o terreno silenciosamente. Não obstante, a força estridente do “mal” perambula com muito barulho para angariar adeptos ao seu séqüito. Assim, a porta estreita nunca esteve tão estreita em função das facilidades materiais atrativas amplamente divulgadas no mundo contemporâneo, requerendo vigilância, muita oração e força de vontade.

        O extraordinário avanço tecnológico dos últimos anos trouxe a era informacional, o tempo da comunicação fácil, das sociedades conectadas entre si e o dinamismo do conhecimento, permitindo o acesso instantâneo, na palma da mão, das informações que correm pelo mundo. Pela interconectividade das redes sociais, encurtando as distâncias entre as pessoas, o próximo nunca ficou tão mais próximo de nós, todavia é preciso saber se, ao mesmo tempo, tornou-se tão mais distante do alcance da nossa solidariedade e do nosso sentimento.

        Por isso, carece de importância a medida conciliatória do uso da instrumentalidade tecnológica que chega em nossas mãos, colocadas para a melhoria de vida da humanidade, com os princípios dispostos em nossa consciência (em resposta à pergunta 621 do Livro dos Espíritos, os espíritos ensinam que é na consciência onde estão escritas as leis de Deus).

        Portanto, nesse tempo tão confuso e agitado, característico de mudança de faixa vibratória no planeta e onde o conhecimento muito avançou sem o devido acompanhamento moral das sociedades, a dinâmica das opções se apresentam aumentadas para os indivíduos, como se fosse um verdadeiro teste final. O livre arbítrio é atributo do ser humano e assim como Maurício e seus soldados se comportaram devotadamente na derradeira prova de testemunho da fé cristã, hoje o mais Alto espera de cada um de seus seguidores as escolhas mais acertadas para o próprio triunfo pessoal.

        A Cruzada dos Militares Espíritas rejubila e enaltece a lembrança do Capitão Maurício e de seus comandados com justa homenagem e reconhecimento, reverberando seu ato de coragem pela causa cristã como fonte inesgotável de fé nos dias atuais para a evolução da humanidade.

Clique AQUI para baixar a Mensagem Maurícia 2019 em formato PDF.

Veja a página: Mensagem Maurícia

Conheça a Biblioteca virtual do site da CME – Clique aqui