O sol começara a iluminar a planície de Agaune. Ali estavam acampados os 6000 soldados da Legião Tebana, comandados por Maurício, cuja ação diretiva se caracterizava pela firmeza aureolada, pela bondade e pela justiça.
Na tenda do comando entra um homem: – Salve Senhor! Várias tropas de nosso César aproximam-se de nosso acampamento! Não tivemos qualquer aviso sobre tão inusitada movimentação de nossas legiões!
Maurício ergue-se, compõe-se com os paramentos militares e caminha… Ordena a seus legionários que entrem em forma. Seriam as primeiras horas de uma manhã fria e de ventos cortantes.
A Legião Tebana foi rapidamente cercada; o comandante das tropas recém-chegadas envia a Maurício seus representantes, com instruções categóricas.
Soubemos que tencionas desobedecer às ordens de César!
Maurício responde sereno e resoluto:
– Sempre cumpri as determinações de César; somente agora, ao ser-me ordenada a participação em cerimônias religiosas que não se coadunam com minha consciência, é que não posso obedecê-lo.
– Por quê?
– Porque agora sou cristão! E meus legionários também o são!
Vem um ultimato. A Legião Tebana, juntamente com seu Comandante, deverá participar das cerimônias propiciatórias destinadas a aliciar o favor dos deuses para as armas romanas. Se não o fizer, será considerada inimiga de César e, como tal, será tratada.
Maurício fala aos seus comandados, companheiros de inúmeras e sempre vitoriosas campanhas. Expõe-lhes a situação e oferece-lhes a liberdade de escolha. Quem quiser, pode afastar-se de sua Legião, no atendimento às ordens recebidas. Ele, pessoalmente, não o fará.
Há um solene silêncio. Todos percebem – com clareza – o grave momento de opção. A fidelidade a Jesus, com a perda da vida material, ou o prosseguimento desta, com a renúncia ao martírio e ao Mestre.
Retiram-se os emissários do imperador, que ficam completamente transtornados ante a opção feita: o martírio. É ordenada uma primeira dizimação: um, dentre cada dez legionários, deverá ser sacrificado.
A ordem de César é imediatamente executada e tombam assim 660 primeiros heróis da vida impere cível.
O imperador faz novo oferecimento. Que renunciem a Jesus, que se juntem aos demais legionários nas cerimônias pagãs, que serão poupados.
Mas ninguém se afasta, ninguém recua, ninguém enfraquece. Não há uma só defecção. E assim, duas dizimações mais dão continuidade ao doloroso espetáculo.
O imperador determina, então, que suas tropas marchem sobre as de Maurício para destruí-las. A ordem iníqua é executada e o restante da Legião, rigidamente formada, enfrenta o martírio coletivo com estoicismo e coragem inauditos. Haviam permanecido fiéis a Jesus até o fim, até o limite extremo do testemunho.
Os 6600 homens da Legião Tebana estavam mortos. Havia, no entanto, legado à Humanidade uma inesquecível lição de fé. E seus espíritos, libertos da luta material, prosseguiram nas árduas lutas do bem.
A Legião Tebana, Legião de Maurício, vela, hoje, pela paz nas terras do Cruzeiro.
Terra onde o negro tem os mesmos direitos que os brancos; onde a liberdade não é confundida com licença; onde ordem é preceito sagrado que todos respeitamos; onde há paz, em meio a um mundo deflagrado.
A imagem do cruzeiro, no alto dos céus, recorda-nos sempre a mensagem do Mestre: Humildade, perseverança no bom combate da fé.
Trabalhemos, companheiros, para o Bem, o Amor, a Paz e a Luz.
Que jamais nossos ouvidos se abram para as sugestões do mal. Que nossas almas vibrem com o Cristo, para o Cristo e pelo Cristo.
Amor acima de tudo. Amor que construa, Amor que ilumine; Amor que seja o canal a dissipar o emaranhado de nossas próprias fraquezas.
Mestre Jesus! Ilumina nosso Brasil para que sempre haja nele a união, a felicidade, a paz e a justiça.
Que possamos, Senhor, com a Tua ajuda – e sob a inspiração de Teu fiel servidor, Maurício – Trabalhador sem desfalecimentos pala consecução de elevar a nossa bendita Pátria à condição de Pátria do Evangelho.
XXIV Semana Maurícia
Elaborada pelo Cruzado, Ten.Dr. José Luiz de Souza Carvalho
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