Mensagem Maurícia 037 de 1988

     Queridos Cruzados:
     Certa vez, um grupo de amigos, estudantes e praticantes da Doutrina Espírita, resolveu reunir-se numa entidade que pudesse congregar os militares seguidores dos ensinamentos de Jesus, através da Codificação de Kardec.
     Antes disso, porém, o Espiritismo era considerado como crença não permitida aos militares, e muitos desses seguidores da Doutrina forma punidos por praticarem-na, mesmo fora dos quartéis.
     Mas os desígnios do Alto vieram em seu auxílio e esse punhado de elementos sinceros conseguiu realizar seus propósitos, atingindo plenamente o objetivo, não sem encontrar óbices, os quais foram vencidos pela sua pertinácia e pela sua firmeza!
     Isto posta, eis que se reúnem esses companheiros do caminho, em 10 de dezembro de 1944, e fundam a CRUZADA DOS MILITARES ESPÍRITAS.
     Para o seu funcionamento haveria uma base sólida, insofismável, indiscutível: estudar, praticar e difundir o Espiritismo codificado por Allan Kardec.
     Em boa hora, caros Cruzados, aquele grupo de abnegados trabalhadores pôs-se em campo e a Instituição cresceu, conseguindo adeptos que se espalharam por todo Brasil. Todavia, sabemos que a Natureza não dá saltos e, como o rio, eles contornaram obstáculos e atingiram plenamente o objetivo. Hoje, entanto, graças aos novos companheiros que se juntaram aos lutadores das primeiras horas, tudo vai num crescimento gratificante e, agora, esses batalhadores vencem com galhardia todos os percalços e dão à Cruzada o lugar devido dentre os espíritas hodiernos!
     Tudo isso, no entanto, teve um Guia Espiritual e Patrono, o Capitão Maurício, sereno, sublime e abnegado Comandante da Legião Tebana, sacrificada em Agauno, no dia 22 de setembro de 286.
     Devemos recordar que os primeiros cristãos, cumpridores devotados dos ensinos do Mestre, não o faziam cegamente, mas com critério e compreensão, possuindo fé viva e agindo com discernimento, atendendo aos imperativos da disciplina, ante a autoridade humana, mas conservando nos corações e consciências a liberdade inerente à mensagem cristã. Não puderam, assim, Maurício e seus comandados aceitar a imposição do imperador romano (acompanhada de ameaças cruéis) para que tomassem parte em rituais pagãos, abdicando publicamente do Evangelho.
     A represália veio rápida, digno de respeito e de consideração. E quando nos reunimos nesta Semana Maurícia de 1988 para rendermos as homenagens ao nosso Patrono, voltamos o pensamento à sua atitude serena, que, por sua maneira de agir, foi seguido pelos comandados todos, adeptos de sua crença, sem constrangimento qualquer, como nos conta a tradição, e aceitando o sacrifício como dádiva do Alto!
     Daí, portanto, irmãos Cruzados, é este momento uma oportunidade para refletirmos e avaliarmos, do íntimo, o valor daquela imolação e da altitude do gesto augusto da Legião comandada por Maurício, o Capitão Excelso, que o fazia com dignidade e, sobretudo com Amor! Sigamo-lo, pois e palmilhemos suas pegadas, a fim de alcançarmos as oportunidades de praticar o Bem e para evidenciar a Cruzada dos Militares Espíritas, seguindo o exemplo do Patrono e os ensinos de Jesus, para conseguirmos alicerçar as bases sólidas de Compreensão e de Paz entre os homens.

XXXV Semana Maurícia
Mensagem elaborada pelo Cruzado 63 Gal.R1 Flammarion Pinto de Campos (Pres.do Cons.Sup. CME)

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